Como fica o Brasil diante dos riscos geopolíticos deste ano? | O Brasil em 60 segundos
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Olá, meu nome é Christopher Garman, da Eurasia Group, para falar sobre o Brasil em 60 segundos.
Vamos lá para a pergunta da semana: Como fica o Brasil perante os riscos geopolíticos para 2024?
Sem dúvida nenhuma, o Brasil, como o resto do mundo, tem o potencial de sofrer com o ambiente geopolítico cada vez mais turvo. Nós, na Eurasia Group, escrevemos um relatório dos principais riscos geopolíticos para esse próximo ano, e os três riscos no topo da nossa lista são a eleição americana, que deve ter uma eleição altamente conturbada, expondo um país dividido, um sistema político mais disfuncional e com perspectivas reais da volta à Casa Branca do ex-presidente Donald Trump, que pode acarretar riscos domésticos institucionais para a política fiscal e risco de cauda na política externa.
Também enxergamos uma crise no Oriente Médio, que não dá sinais de arrefecimento; e uma crise na Ucrânia também, que não tem luz no final do túnel, e o grande risco, nós enxergamos, ao longo desse próximo ano, é de os russos terem uma vantagem cada vez maior no conflito militar em um contexto de falta de financiamento, para a Ucrânia, dos Estados Unidos e também da União Europeia.
Mas a boa notícia é que o Brasil, em termos relativos, tem potencial de sofrer menos do que outros países. Em primeiro lugar, o Brasil, como o resto da América Latina, tem se beneficiado ao longo desses últimos anos, de ser uma região que pode atrair mais investimentos externos e fluxos de investimentos financeiros, num contexto onde o setor privado está procurando mais segurança nas suas cadeias produtivas globais, e também procurando regiões que não sofrem com o risco geopolítico que vemos em outros países.
Ao mesmo tempo, o Brasil, por ser um produtor agrícola e de petróleo, se protege minimamente perante a crise do Oriente Médio na Ucrânia, que pode levar a um aumento de preço de ambos estes produtos.
E, por fim, olhando as perspectivas de um governo Donald Trump, é claro que a vitória dele na Casa Branca vai levar a um esfriamento na relação bilateral com o governo Lula. Mas, o grande país que tende a sofrer mais na América Latina, sem dúvida nenhuma, é o México, num contexto onde a política migratória vai ganhar um grande peso e pode levar a um tensionamento maior entre os Estados Unidos e o México pós-eleição. Em suma, o Brasil pode sofrer, mas relativamente menos do que os seus pares. Ficamos por aqui e até a próxima semana.
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