Pacheco diz que decisão de desonerar municípios “não abala” relação com governo

Pacheco diz que decisão de desonerar municípios “não abala” relação com governo



Após revogar parte da medida provisória (MP) 1.202/2023 para manter a desoneração da folha de pagamento de municípios com até 156 mil habitantes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou a decisão “não abala” sua relação com o governo Lula. Nesta segunda-feira (1º), ele prorrogou a validade da MP por mais 60 dias, mas deixou o trecho que tratava da reoneração da folha caducar.

Com isso, esses municípios deverão pagar 8% sobre a folha, ao invés de 20%, como determinava inicialmente o Executivo na proposta. A iniciativa de Pacheco impacta na meta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em zerar o rombo das contas públicas neste ano.

“Eu queria primeiro fazer um importante esclarecimento do nosso bom alinhamento com o governo federal, em especial com o Ministério da Fazenda. Isso não abala a relação que nós estabelecemos, inclusive muito proveitosa no ano de 2023, com aprovações importantes, inclusive a reforma tributária. Todos os projetos do Ministério da Fazenda foram muito bem recebidos e os aprovamos conscientes da importância deles para o desenvolvimento do Brasil, para o equilíbrio das contas públicas”, disse o presidente do Senado a jornalistas nesta terça-feira (2).

“Não há nenhum tipo de afronta, nenhum ato de irresponsabilidade fiscal”, acrescentou. Mais cedo, o ministro afirmou que não foi informado por Pacheco sobre a decisão. Haddad relatou que chegou a falar com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sobre a MP, mas que este ponto específico dos municípios não foi tratado.

O senador destacou que já havia comunicado Padilha sobre a decisão. “Eu comuniquei o ministro responsável pela articulação política, ministro Alexandre Padilha, de que nós na iminência da vigência de uma Medida Provisória que desconstituía a decisão do Congresso Nacional relativamente a desoneração, que nós teríamos então a decisão de não prorrogar a medida provisória, reconhecendo esses dispositivos inconstitucionais. E, obviamente, disse também a ele que nós estamos abertos a ouvir a nova proposta do governo relativamente a desoneração da folha via projeto de lei”, afirmou.

Questionado sobre reação do governo à decisão, Pacheco disse não ter visto eventuais manifestações e reforçou que o tema deve ser tratado por meio de um projeto de lei, informou a Agência Senado. “Eu não vi a reação do Palácio do Planalto, mas não há necessidade de reação nem justificativa para isso… Não quero que soe como crítica ao governo. Eu já tenho a minha opinião sobre MP. Ela está errada desde o início, é equivocado usar MP para essa finalidade”, reforçou.

O presidente do Senado não descartou uma mudança nas regras. “Estamos absolutamente abertos à discussão de um novo modelo… Se não houver votos para aprovar, vamos buscar fontes de arrecadação para sustentar a desoneração tanto para os 17 setores quanto para os municípios”, disse.



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