Resumo dos mercados: Intervenção do BC, força da economia dos EUA e percepção de risco aumenta
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A primeira semana de abril foi marcada pela tensão no mercado financeiro e todos os ativos domésticos sentiram o efeito desse clima. O câmbio se depreciou, a bolsa caiu e os juros voltaram a subir com força. O que aconteceu? Vamos ao resumo dos mercados na semana. O cenário externo seguiu pressionando o mercado local. O ambiente de dólar forte em todo o mundo foi sentido aqui no Brasil também. Por isso, o real ficou fraco frente ao dólar que chegou a se aproximar do patamar de cinco reais e dez centavos. O estresse no câmbio levou então o Banco Central do Brasil a anunciar uma intervenção no mercado já na segunda-feira, dia 01 de abril. E não foi mentira. Foi a primeira venda de dólares feita pela autoridade desde 2022. O Banco Central não tratou os efeitos desse movimento no mundo como intervenção. A autoridade monetária disse “que foi um movimento normal por causa do vencimento próximo de alguns títulos atrelados à variação do dólar provocou uma disfunção no mercado de câmbio e, por isso, efetuou uma venda de US$ 1 bilhão no mercado futuro.” Apesar de ser um movimento externo que impactou o real, fatores domésticos contribuíram para uma piora na percepção de risco no Brasil. E que fatores são esses? É o seguinte: havia uma expectativa de entrada de dólares no Brasil no início do ano, o que levaria a taxa de câmbio para baixo. Mas isso não aconteceu e frustrou os agentes econômicos. Parte desse movimento se deve à força da economia dos EUA. Com geração de emprego em alta e juros em alta ainda, os investidores colocam o seu dinheiro onde tem menos risco e mais retorno. Como os juros lá estão entre 5,25% e 5,50% ao ano e os juros aqui seguem caindo, o diferencial de juros se tornou menor e os títulos americanos são considerados um dos mais estáveis do mundo. Lembrando que a Selic está a 10,75% ao ano. A piora na percepção de risco afetou, também, o mercado de juros. As taxas de longo prazo, que são mais importantes para dar base a emissões de empresas e têm impacto no crédito, voltaram a subir e chegaram a 11%. Ao longo da semana a pressão foi ainda maior e elas subiram ainda mais. Com o juro longo nas alturas, muito por causa do exterior, o mercado tem acreditado, cada vez mais, que a Selic não poderá cair muito mais. Para medir essa perspectiva, basta olhar a curva de juros. Ela está indicando uma Selic em torno de 9,75% no fim do ciclo de cortes. Tudo isso coincide com o momento em que o Banco Central tem adotado uma postura mais cautelosa em sua comunicação. E esse ambiente mais cauteloso atingiu em cheio a bolsa. O Ibovespa fechou a semana em queda, em uma semana em que as bolsas de Nova York também não tiveram um desempenho tão bom. E por falar em bolsa, a Petrobras também foi e seguirá sendo o tema da próxima semana. Rumores de que o atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pode substituir Jean Paul Prates no comando da Petrobras não foram bem recebidos pelo mercado local e pesaram nas ações da estatal na quinta-feira, dia 04 de abril. Olha como ficou o desempenho da ação na semana. O mercado, agora, aguarda os desdobramentos da mais nova crise envolvendo a Petrobras, além de dados macro que possam dar mais pistas sobre os rumos da economia local e internacional. Assim, o IPCA de março e o índice de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, na semana que vem, podem dar o tom dos mercados na próxima semana. Até!