Resumo dos mercados: Dados de inflação nos EUA chacoalharam ativos americanos e domésticos
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É possível resumir a semana que passou, entre os dias 8 e 12 de abril, com apenas um dado: a inflação ao consumidor dos Estados Unidos. O mercado já tinha alguma desconfiança com o rumo da política monetária americana antes mesmo do indicador. Mas foi a partir dos dados de inflação que houve um chacoalhão muito forte não só nos ativos americanos, mas também no mercado doméstico. A inflação americana ficou acima do esperado em março. O índice de preços ao consumidor subiu 3,5% e o núcleo avançou 3,8%. Mas quando os analistas olharam os detalhes do indicador o susto foi grande e isso gerou uma forte reprecificação dos ativos financeiros em todo o mundo. A tese do mercado antes era de que o banco central dos EUA, o Fed, conseguiria cortar os juros a partir de junho. Mas com um indicador tão ruim ninguém conseguiu segurar uma onda de revisões de cenário. Alguns bancos acreditam que o Fed conseguirá cortar os juros em julho ou em setembro, mas há algumas casas que projetam redução somente em dezembro e há quem fale, até mesmo, que o Fed pode deixar para 2025. O que mais assustou os investidores foi o que o Fed chama de “supercore”, uma medida de núcleo da inflação que retira alguns itens e que mostra, grosso modo, o comportamento dos preços que são mais afetados pela política monetária. E a medida subiu mais de 8% quando se considera a média nível de três meses anualizada e com ajustes sazonais. Os efeitos práticos foram sentidos no mercado. O dólar disparou no mundo inteiro e, aqui, ultrapassou com folga a barreira dos R$ 5 e chegou a encostar em R$ 5,15 já no fim da semana. Em resumo, se a economia americana vai tão bem e se os juros vão continuar altos lá por mais tempo, o fluxo de capital migra para os EUA e sai de países mais arriscados, como o Brasil. Os juros futuros dispararam e já se refletiram nas expectativas para a Selic. Afinal, se os juros americanos ficam mais altos, o espaço para redução da taxa básica por aqui reduz, apesar do nosso Banco Central indicar que não há uma relação mecânica entre as duas políticas. E com juros americanos e brasileiros em alta, o Ibovespa sofreu ao longo da semana e terminou bem perto da estabilidade. Mas vale dar destaque às ações da Vale e da Petrobras. As ações das duas empresas, que têm peso relevante no índice referencial da bolsa brasileira, subiram ao longo da semana, muito por conta dos preços das commodities. Com o petróleo e o minério de ferro em níveis mais altos, a bolsa conseguiu se segurar um pouco, apesar da turbulência nos outros mercados.

