Gritava o nome dele e estava morto, diz irmão de brasileiro vítima de ataque no Líbano
“Estava eu, meu irmão e o meu pai, a gente foi ajudar ele a trabalhar e a gente escutou o primeiro bombardeio. O segundo foi na nossa frente, na montanha, e a gente pediu para o meu pai para fugirmos, ele só queria terminar o trabalho dele e caiu tudo”, disse Mohamed Abdallah.
“Não vi mais nada, não conseguia mais respirar. Tirei as pedras de mim, fui ver meu pai e ele estava no chão, morto. Eu não conseguia achar o meu irmão, gritava o nome dele… E as pessoas do meu lado mortas, eu não achava ele, nem sei se escutei a voz dele”, acrescentou Mohamed Abdallah, emocionado.
Ali Kamal Abdallah tinha 15 anos e vivia no Líbano com o pai, Kamal Hussein Abdallah, que era libanês e tinha nacionalidade paraguaia.
Governo brasileiro lamenta morte de Ali Kamal
Segundo o Itamaraty, a embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência aos familiares do menor.
Ao se solidarizar com a família, o Itamaraty reiterou sua condenação, nos “mais fortes termos”, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e “renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”.
Brasil repudia escalada no Líbano
Israel e o grupo Hezbollah, do Líbano, têm trocado tiros através da fronteira desde o início do conflito em Gaza no ano passado após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro do ano passado, mas Israel intensificou sua campanha militar na última semana.
Em nota, o Itamaraty lamentou as declarações de autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês e expressou “grave preocupação” diante das exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões.
“O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”, declarou a pasta na ocasião.