Noah Lyles, 27, é o homem mais rápido de Paris. Ele tem uma foto para provar. Em uma final impressionante no Stade de France, em Saint-Denis, o atleta americano bateu o jamaicano Kishane Thompson, 23, no “photo-finish”. Os dois fizeram 9s79, e o olho eletrônico teve que ir à terceira casa decimal para definir o vencedor: 9s784 contra 9s789, cinco milésimos que definiram o ouro. O americano Fred Kerley fez 9s81 e ficou com o bronze.
Do primeiro ao último colocado, apenas 12 centésimos de diferença, em uma disputa apertada desde as semifinais, que já indicavam uma prova forte sobre a pista roxa montada no estádio. Os 9s80 registrados por Thompson, o mais rápido das três baterias disputadas, valeram o ouro ao italiano Marcell Jacobs, há três anos.
O jamaicano, aos 23 anos, é a nova sensação do país de Usain Bolt. Nas seletivas nacionais, já tinha marcado 9s77, melhor tempo das últimas duas temporadas do atletismo. Assumiu a liderança do ranking da prova, desbancando justamente Lyles.
No ano passado, em um campeonato nacional na Jamaica, Thompson apareceu para o mundo do atletismo com um tempo de 9s91 em uma semifinal. Seu técnico, Stephen Francis, formador de várias estrelas do país caribenho, o tirou então da final, dizendo que a ideia era poupá-lo de contusões. Desde então, marcas surpreendentes foram se sucedendo, a ponto de ele ter chegado a Paris dizendo que desbancaria Lyles.
O americano, bronze em Tóquio-2020 nos 200 m, fez o caminho inverso dos velocistas, que normalmente se dedicam primeiro aos 100 m. Chegou a Paris credenciado por seis títulos mundiais, quatro títulos da Diamond League e o domínio dos 100 m, dos 200 m e do revezamento 4 x 100 m, coisa que não acontecia no atletismo desde 2015, com Bolt. Neste Jogos, queria ir ainda mais longe e compor o revezamento 4 x 400 americano.
O primeiro objetivo ele já cumpriu. Tem até foto para provar.