Congresso resiste a entregar orçamento secreto
[bmto id=”1″]https://www.youtube.com/watch?v=i3-Ag522cfk[/bmto]
O que está em jogo é a perpetuação do semi-presidencialismo.
@jbolsonaro @LulaOficial @ptbrasil @PartidoSocialLiberalPSL @PartidoLiberal22
@planalto6614 @tvsenado@TCUoficial @CamaradosDeputadosoficial #pecdatransição #lula #bolsonaro #orçamentosecreto #inflação #auxilioemergencial #lira #tcu
A PEC da transição foi aprovada no Senado com um valor maior até do que os economistas da transição queriam. E por que? Porque o Centrão conseguiu pendurar na conta do presidente eleito faturas que já não conseguem cobrar do atual presidente.
Quer ver uma? O presidente da Câmara precisava quitar emendas de relator que estão pendentes. São emendas de parlamentares de quem precisa garantir para sua reeleição ao cargo.
A Casa Civil, ocupada por um aliado, o ministro Ciro Nogueira, até consultou o TCU sobre uma medida provisória para liberar esse dinheiro por crédito extraordinário. Mas aí viu uma brecha na PEC e foi lá. Vai cobrir todo o rombo no orçamento deste ano: R$ 23 bilhões.
Quem achou que votando em Lula estava derrotando o Centrão se enganou. O bloco parlamentar está firme e forte. E engraçado que só em Brasília porque nos seus redutos eleitorais a coisa não foi lá tão fácil não.
Arthur Lira e Ciro Nogueira apoiaram Bolsonaro, que tomou uma surra nos seus estados e ajudou a afundar os candidatos deles ao governo do Estado e ao Senado. Para conseguirem vencer eleições majoritárias em 2026 vão precisar de Lula. Mas agem como se só Lula precisasse deles.
Não se trata de enfrentar o favoritismo de Lira ou de Rodrigo Pacheco à reeleição das mesas do Congresso. O PT já abriu mão da disputa. O que está em jogo é um projeto de perpetuação do semi-presidencialismo que o Congresso implantou no governo Bolsonaro.
É um projeto que tem aliados no Supremo. Tanto que o julgamento do orçamento secreto, que tendia à inconstitucionalidade, já começou a ser revertido e pode não terminar este ano.
Se isso acontecer, o jogo fica aberto para a Câmara resolver a parada na votação da PEC da Transição. E acomodar os interesses de todos.
Se Lula pretendia levar MDB, União Brasil e PSD para o ministério e cativá-los com a ideia de que a sobrevivência do orçamento secreto ameaça o orçamento de suas pastas, os líderes do Centrão manobram para não faltar dinheiro nem para as emendas de relator nem para os ministérios.
É óbvio que a conta não fecha, como não fechou no governo Bolsonaro. Apesar de estourar o teto de gastos em R$ 795 bilhões ao longo de seu mandato, com um grande empurrão do Congresso, Bolsonaro está deixando a máquina do Estado quebrada. Falta dinheiro para merenda escolar, farmácia popular, SUS, bolsistas e uma infinidade de carências, mas o centrão vai bem, obrigada.
Em 1 de janeiro Lula vai começar a governar a partir das prioridades elencadas na campanha e na transição. E terá que se mostrar capaz de fazê-lo com o Congresso e não a reboque dele.
Saiba mais: https://valor.globo.com/
Veja mais: https://valor.globo.com/videos-valor-economico/