Gabriel Medina estará nos Jogos Olímpicos de Paris. O brasileiro assegurou a vaga neste domingo (3). Ele venceu o Isa Games, da International Surfing Association, disputado em Porto Rico. Com isso, o Brasil foi campeão por equipes da competição e teve direito a uma vaga extra em Paris.
Como Medina foi o brasileiro mais bem colocado no torneio –Yago Dora caiu antes das semifinais–, a vaga fica com ele mesmo.
Foi uma disputa acirrada entre os países. Além do Brasil, França e Espanha ainda tinham chances de ganhar a competição neste domingo. Os espanhóis ficaram pelo caminho com a eliminação de Andy Criere na repescagem anterior às semifinais, e a disputa ficou entre os outros dois países.
Como Dora também foi eliminado, Medina tinha de ganhar o torneio e torcer para que nenhum francês ficasse em segundo. A combinação não era fácil já que, na final, disputada por quatro atletas, havia dois franceses. Mas foi o que aconteceu.
Na decisão, Medina venceu com pontuação de 16,40, e o marroquino Ramzi Boukhiam ficou na segunda colocação, com 15,34. O frances Kauli Vaast ficou em terceiro, com 14.33, e seu compatriota Joan Duru, em quarto, com 7.10.
O Brasil, assim, terminou o torneio com 1941 pontos, contra 1900 da França e 1318 da Espanha.
Os representantes brasileiros no surfe masculino nos Jogos de Paris –as provas da modalidade serão disputadas no Taiti– serão, além de Medina, Filipe Toledo e João Chianca, o Chumbinho.
Vai ser a segunda vez que o surfe estará presente nas Olimpíadas. Na estreia, nos Jogos de Tóquio-2020, o Brasil ganhou a medalha de ouro na disputa masculina, com Ítalo Ferreira.
Medina era favorito para o ouro nos Jogos daquele ano, mas acabou ficando em quarto lugar, sem medalha. Ele fazia uma boa competição até o fim das semifinais, quando levou a virada de Kanoa Igarashi.
À Globo, detentora de direitos de transmissão dos Jogos, fez uma reclamação vaga sobre as notas dadas a ele e ao japonês, que atuava em casa, na disputa.
“É triste quando isso acontece. Muita gente mandou mensagem… É difícil passar o ano treinando, se esforçando e chegar a isso. Mas minha parte eu fiz, estou amarradão, fiz o meu melhor e agora é continuar trabalhando. Têm coisas que não dá para entender, mas tinha que ser assim”, afirmou.
Cerca de seis meses depois, no início de 2022, o surfista anunciou que abriria mão de disputar as primeiras etapas da WSL (World Surf League) daquele ano para cuidar de sua saúde mental.
“Por mais que eu queira estar na água surfando e competindo, eu não estou bem física e emocionalmente para isso. E reconhecer que cheguei ao limite tem sido um processo duro. No final do ano passado, eu lesionei o meu quadril. Desde então, estava fazendo fisioterapia, tomei a vacina e venho me cuidando para estar bem para neste ano. No entanto, ainda não estou 100%”, afirmou ele em nota na época.
Ele voltou ao circuito em maio, na Indonésia. Pouco depois, porém, se lesionou em competição em Saquarema (RJ) e ficou mais quatro meses fora.
Tricampeão mundial da modalidade (2014, 2018 e 2021), Medina chega mais uma vez às Olimpíadas como um dos favoritos.
Desclassificado no WSL Finals em agosto de 2023 e fora da disputa pelo tetracampeonato no Circuito Mundial de Surfe em setembro do mesmo ano, Gabriel Medina já não tinha mais chance de classificação individual para as Olimpíadas. A única forma de assegurar a vaga era com a pontuação por equipes para garantir a vaga olímpica pelo ISA Games, caso o Brasil terminasse em primeiro, o que aconteceu neste domingo.
O Brasil também também conquistou uma vaga extra para Paris no feminino. Tatiana Weston-Webb foi a vice-campeã do Isa e, com isso, garantiu a vitória por equipes para o país também no feminino. Como ela mesma já está classificada para os Jogos Olímpicos, Luana Silva, eliminada antes no torneio, herdou a vaga.
Tatiana ficou em segundo na final, com 12.24 pontos. A campeã foi Sally Fitzgibbons, da Austrália, com 13.10. Na disputa por países, o Brasil ficou com 1755 pontos, contra 1720 do país da Oceania.
Além de Tatiana e Luana, o Brasil será representado também por Tainá Hinckel nas Olimpíadas.