Uma visita à Amazônia com João Moreira Salles

Uma visita à Amazônia com João Moreira Salles

João Moreira Salles tinha seis ou sete anos quando foi à Amazônia pela primeira vez. Estavam construindo a Transamazônica e derrubando árvores. Voltou à região por alguns dias, em 2015, para conhecer institutos de pesquisa em Belém. “Não conhecer a Amazônia passou a me constranger”, conta. “O Brasil não possui um ativo mais valioso do que esse. Quis ir à Amazônia para compreender o que estava se passando”.
Da inquietude à curiosidade com o que reconhece como “um sistema determinante para a manutenção do mundo como o conhecemos”, decidiu passar seis meses no Pará. Chegou em agosto de 2019 e ficou por lá até pouco antes da pandemia cortar seus planos de ir além. Mas teve uma boa amostra do que define como “um microcosmos da região” — conheceu zonas desmatadas e protegidas, pastos e floresta, grandes obras de infraestrutura e mineração, cidades consolidadas e cidades de fronteira, terras indígenas e territórios quilombolas.
Desta imersão na Amazônia escreveu “Arrabalde”, impressionante série de sete reportagens publicada na “piauí”, a revista que criou em 2006. Há muito de Amazônia naquelas linhas, mas três temas são centrais. “O modo indiferente como ocupamos o bioma. Nunca houve esforço para compreender aquela riqueza”, é o primeiro ponto. “A consequência dessa indiferença é o pouco papel que a floresta desempenha na nossa imaginação. Onde está a épica nacional do bioma?”, questiona. “A consequência dessa ausência é o comprometimento do nosso futuro. Ou o Brasil decide ser uma potência verde, ou não será nada”, descreve o terceiro eixo.
O cineasta João Moreira Salles, que dirigiu “Notícias de uma Guerra Particular”, “Entreatos”, “Santiago” e “No Intenso Agora”, entre outros filmes, é o convidado da Live do Valor de amanhã, sexta-feira, dia 6, às 11h, em entrevista conduzida pela repórter especial Daniela Chiaretti.
Na transmissão pelo site e pelas páginas do Valor no YouTube e no LinkedIn, o diretor contará um pouco do que viu em sua experiência na Amazônia e porque é tão urgente reverter o processo de sua destruição.

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