Pavel Durov, bilionário fundador e CEO do aplicativo de mensagens Telegram, foi preso no aeroporto de Bourget, nos arredores de Paris (França), neste sábado à noite (24), informaram as redes de TV TF1 e BFM, citando fontes não identificadas.
Durov estava viajando a bordo de seu jato particular, disse a TF1 em seu site, acrescentando que ele havia sido alvo de um mandado de prisão na França como parte de uma investigação policial preliminar.
TF1 e BFM disseram que a investigação estava focada na falta de moderadores no Telegram, e que a polícia considerava que essa situação permitia que atividades criminosas continuassem sem impedimentos no aplicativo de mensagens.
Procurado pela Reuters, o Telegram não respondeu até a publicação desta reportagem.
O franco-russo Durov, 39, chegava diretamente do Azerbaijão, acompanhado por seu guarda-costas e por uma mulher.
Segundo o canal francês, a justiça considera que a falta de moderação, cooperação com as forças de segurança e as ferramentas oferecidas pelo Telegram, como números descartáveis e uso de criptomoedas, o tornam cúmplice de crimes como tráfico de drogas, pedofilia e fraudes.
A mídia francesa diz que Durov está sob custódias das autoridades locais e deve ser levado a um juiz de instrução ainda neste sábado, antes de uma possível acusação que incluiria também terrorismo, lavagem de dinheiro e receptação, por exemplo.
A operação também tem como objetivo dissuadir os autores dos crimes praticados, até agora livremente, no Telegram, além de estimular outros países europeus a intensificar o trabalho conjunto de pressão em relação ao aplicativo.
No ano passado, a Justiça Federal no Espírito Santo mandou tirar do ar o Telegram no Brasil, atendendo a um pedido da Polícia Federal em investigações envolvendo ataques a escolas. Foi imposta também multa diária de R$ 1 milhão caso o aplicativo não cumprisse ordem anterior de fornecer dados às autoridades encarregadas das investigações.
Três dias depois, o TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) liberou o funcionamento, mas manteve a possibilidade de multa.
A suspensão do aplicativo foi determinada por não entregar às autoridades dados solicitados sobre grupos neonazistas que agem na plataforma, em meio a uma investigação relacionada à recente onda de violência nas escolas.
Também no ano passado, o Telegram indicou um escritório de advocacia após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), cobrando a nomeação de um representante oficial da empresa no Brasil, sob risco de suspensão do aplicativo em caso de descumprimento. O caso se deu dentro do inquérito que apura a atuação das big techs.
A plataforma de mensagens tem cerca de 900 milhões de usuários e provavelmente atingirá 1 bilhão no próximo ano, afirmou Durov em uma entrevista neste ano.
Com Reuters