Melhores restaurantes de Buenos Aires, segundo diplomata – 15/05/2024 – Turismo

Melhores restaurantes de Buenos Aires, segundo diplomata – 15/05/2024 – Turismo


Quando os guias Michelin e 50 Best publicaram suas listas com as escolhas dos melhores restaurantes de Buenos Aires, no final de 2023, o diplomata brasileiro Hayle Melim Gadelha, pesquisador do uso da gastronomia como ferramenta de soft power, preparou um pequeno guia alternativo para amigos, incluindo o que acha imperdível e o que acha sobrevalorizado.

“As listas são boas referências, mas estão longe de serem completas ou imparciais. Faltaram alguns que mereciam destaque, e entraram outros que não valiam tanta atenção”, diz, em entrevista à Folha.

Nos dois anos em que morou na capital da Argentina, Gadelha conheceu a cena portenha de restaurantes. Frequentou regularmente o premiado Don Julio, por exemplo, mas conseguiu ir além das carnes, visitando também lugares pequenos e populares localmente, menos famosos entre turistas.

“Sempre gostei de culinária, e fiquei na cidade um período de câmbio muito favorável, então foi possível aproveitar os tempos recentes de comida excelente e acessível, se considerados os preços internacionais”. “A inflação galopante e a crise econômica conviveram com um boom de restaurantes e bares”.

Durante seu segundo ano na cidade, Gadelha foi adido cultural do Brasil na Argentina e trabalhou mais próximo de restaurantes na tentativa de aproximar a cultura gastronômica dos dois países. “Sempre acreditei que a comida era um instrumento de intercâmbio cultural importante. Para se integrar no tecido social do outro país, é preciso entender sua comida e a relação das pessoas com a comida”, diz.

Enquanto muitos turistas brasileiros vão a Buenos Aires e Mendoza para visitar seus restaurantes, a rica cozinha brasileira ainda é pouco conhecida dos argentinos. Ele atuou para levar chefs e bartenders brasileiros para apresentar seu trabalho aos argentinos, o que o fez conhecer ainda melhor a cena culinária local.

Gadelha dividiu as recomendações dos guias entre “memoráveis” e “valem a visita”, além de apontar endereços que acha que não deixam marcas nos comensais.

Entre os melhores, ele diz que o Don Julio realmente merece a popularidade que tem, mas opina que a carne nas parrillas de bairro, como o Don Jorge, e nos chamados bodegones não deixam nada a dever e cita o Corte Comedor e o Elena como outros dois memoráveis na comida mais típica da Argentina.

“Nem só de molleja e entraña, vive-se na Argentina”, defende. “Entre os mais interessantes que conheci, está o Gran Dabbang, restaurante pequeno e simples que mescla as cozinhas asiática, especialmente indiana, e árabe”, diz. “É excepcional, e ninguém entendeu porque não entrou no Michelin.”

Entre os sobrevalorizados, ele destaca o Aramburu, que recebeu duas estrelas Michelin. Também não acha justificada a classificação do El Preferido de Palermo no 17º lugar entre os melhores da América Latina. “Fazem filas enormes para comer milanesas. Não faz sentido”, avalia.

De volta a Brasília, ele diz que vai sentir falta da variedade e da qualidade dos restaurantes portenhos, mas vai poder reencontrar-se com a comida do Brasil, especialmente as do norte e do nordeste do país, suas favoritas.

“Também fazia falta em Buenos Aires a comida japonesa. Apesar de ter muito mar, o foco dos argentinos é muito mais em carne do que em peixe de forma geral, então a média dos japoneses deixava muito a desejar”, diz. Além disso, teve saudades da pizza em estilo brasileiro. “A pizza de que eles gostam tem 10cm de queijo, nenhum paulista entenderia”, diz.

Agora que vai passar a ir a Buenos Aires como turista novamente, Gadelha desenha um roteiro ideal de um fim de semana gastronômico na cidade. A programação começaria com café da manhã no Narda Comedor (“uma verdadeira homenagem à comida, com cardápio intenso e balanceado”), almoço no já citado Don Julio e jantar no Anchoíta, que diz ter os melhores bar e queijaria da cidade.

No segundo dia, faria desjejum no Marti (“um brunch vegetariano”), almoço no Sarkis (“armênio popular e informal”) e um jantar final no Gran Dabbang.

Veja abaixo o guia alternativo dos melhores restaurantes de Buenos Aires pelo diplomata:

Restaurantes memoráveis

Don Julio

Gran Dabbang

Anchoíta

Mercado de Liniers

Narda Comedor

Niño Gordo

Corte Comedor

Trescha

Na Num

Ácido

Alo´s

Elena

Fervor

Kona

Mishiguene

Anafe

Casa Cavia

Chuí

Valem a visita

Reliquia

Buri Omakase

Aramburu

Uni Omakase

4ta Pared

Ajo Negro- Mar de tapas

Picarón

Mengano

Raggio Osteria

Restó Sca

Franca

Sacro

Fogón Asado

Julia

Piedra Pasillo al Fondo

La Carnicería

A Fuego Fuerte

La Alacena Trattoria



Fonte: Folha

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